Óleos essenciais como afrodisíacos: o que isso quer dizer?

É comum encontrarmos na rede diversas postagens falando sobre óleos essenciais com efeitos afrodisíacos. Ao estudarmos as propriedades de diversos óleos essenciais, esse potencial afrodisíaco é apontado dentre outras tantas funções que esses compostos naturais podem exercer em nosso organismo. Mas, quais são exatamente as formas como os óleos essenciais podem afetar nosso corpo e nossa percepção psicoemocional para poderem ser nomeados como “afrodisíacos”? Vem com a gente entender melhor!

Se pegássemos uma lista de óleos essenciais caracterizados com ação afrodisíaca em classes comuns, poderíamos delimitar três diferentes grupos por suas características aromáticas e/ou de ação. Seriam elas: óleos essenciais orientais, florais e, por fim, óleos essenciais de ação hormonal. Sendo que esta última classificação engloba óleos de diferentes características aromáticas, incluindo alguns florais.

O primeiro grupo, de óleos essenciais orientais, inclui aromas como: Canela, Cravo, Benjoim, Cardamomo e Mirra. Além das especiarias, que são utilizadas há séculos como estimulantes capazes de influenciarem o desejo e o desempenho sexual, esse grupo engloba óleos essenciais com aromas acolhedores e típicos do oriente. Canela, Cravo e Cardamomo são especiarias que aumentam e tonificam a circulação sanguínea, além de serem estimulantes mentais e físicos, que aos poucos foram também associadas à uma melhora do desempenho sexual em diversas culturas.

A caracterização destes aromas de especiarias orientais ao termo afrodisíaco acabou por arrastar consigo para o imaginário popular que outros aromas orientais também compartilham dessa ação. Assim, Benjoim e Mirra passam a ser classificados como afrodisíacos não por suas propriedades físicas, mas por associação psicológica em nossa cultura que acaba por, de fato, percebê-los como cheiros sensuais. E, como se sabe, a percepção psicológica age de forma direta e relevante na sexualidade humana.

O segundo grupo, dos óleos essenciais florais, também compartilha essa mesma questão, podem ser nomeados como sensuais e afrodisíacos por associação psicológica e cultural. Nossa cultura associa flores à sensualidade feminina há séculos, principalmente no caso de flores com aroma pungente e adocicado. No caso deste grupo olfativo, existem alguns óleos essenciais, como o Jasmim, que apresentam em sua composição química o composto indol (ou compostos similares ao indol) que é uma molécula presente nos feromônios animais.

Assim, alguns óleos essenciais florais contêm feromônios fitoquímicos – destinados a atrair animais polinizadores para a reprodução das plantas – que mimetizam feromônios animais que nosso sistema olfativo consegue reconhecer como atrativo, afetando nosso sistema hormonal de reprodução. Desta forma temos algumas flores que afetam nosso sistema hormonal reprodutivo, além de outras que, embora não aja, de fato, quimicamente no nosso corpo como estimulante sexual/reprodutivo, acabam sendo associados a essa propriedade por indução psicológica. 

Por último, o terceiro grupo, que também inclui flores cujo cheiro afetam o instinto reprodutivo, temos os óleos essenciais capazes de alterar de diferentes formas a produção hormonal das glândulas responsáveis pelos hormônios que participam do comportamento sexual. Existem óleos essenciais, como o Gerânio, capazes de estimular a produção de estrogênio (hormônio feminino que participa da fertilidade e libido feminina). Outros, como Semente de Cenoura, capazes de aumentar a produção masculina de testosterona; e ainda alguns aromas que podem influir nas disposições de outros hormônios, como androgênio e estradiol, que também tem ação coadjuvante na sexualidade humana.

É importante ressaltar, no entanto, que mesmo que um óleo essencial possa ter ações estimulantes ou de regulação hormonal, é importante que o usuário goste do cheiro e se sinta confortável e estimulado olfativamente. A percepção psíquica e sensorial tem participação significativa no desempenho sexual dos seres humanos e a experiência psicoemocional pode ser mais relevante para o desempenho e performance sexual que o papel físico que os óleos citados como afrodisíacos são capazes de exercer. Portanto, o conceito de “cheiro afrodisíaco” pode ser mais subjetivo que objetivo na experiência de cada pessoa com os óleos essenciais.

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