O toque aromático e o vínculo emocional entre pais e filhos

O pesquisador Harlow, durante os anos 60, realizou pesquisas com macacos pequenos, privados do convívio com a mãe. Na sua pesquisa ele montou duas estruturas simulando diferentes tipos de mães-macacas: uma que alimentava, mas era feita de arame duro e frio, e outra que não alimentava, mas era feita de um material macio quente. A pesquisa dele demonstrou o quanto para um mamífero o contato “aconchegante” é importante e inclusive considerado prioritário, inclusive em detrimento à alimentação.

Claro que este é um exemplo um pouco esdrúxulo, mas serve para começarmos a introduzir a ideia de que, para nós mamíferos, o contato físico, o aconchego e o calor tem uma importância fundamental e essencial para nossa sobrevivência. Outras pesquisas ao longo do tempo contribuíram para desenvolver a Teoria do apego, que demonstra que o contato físico e a proximidade com o cuidador é um fator crucial para o bom desenvolvimento emocional e psíquico das crianças, contribuindo inclusive para sua independência, desenvolvimento de inteligência emocional e melhor desempenho cognitivo.

O toque de um cuidador em uma criança, durante uma massagem, é um momento de acolhimento, de expressão afetiva e de relação emocional. Ensina a criança sobre as percepções de seu próprio corpo, melhorando o desenvolvimento motor e o desenvolvimento cognitivo das percepções sensoriais, além de sua capacidade social e relacional. Inclusive, hoje é bastante difundida a prática da shantala em bebês, uma massagem de origem indiana com um  roteiro determinado de movimentos, que traz benefícios inclusive respiratórios e gastrointestinais para a criança desde seu nascimento.

A massagem passa a ser um momento de carinho e cuidado que pode, para além dos benefícios que já citamos para as crianças, ter benefícios importantes para os cuidadores. Pois auxilia no desenvolvimento da função de cuidado e na vinculação do cuidador com a criança. Existem relatos de adultos que, após iniciar a prática de massagem nos filhos, puderam repensar sua própria relação com o contato físico entre si e outras pessoas, auxiliando no seu desenvolvimento afetivo e relacional em geral. E pesquisas já mostram o quanto o toque e a troca de contato físico agem como redutores de estresse e ansiedade.

Portanto, não faltam argumentos para construir a certeza de que a massagem pode ser um momento importante e transformador entre pais e filhos, certo? Para isso, damos as seguintes dicas: utilize óleos vegetais puros e de qualidade durante a massagem para assegurar ainda mais benefícios durante sua realização. Utilizar um óleo essencial, que seja seguro para crianças e bastante diluído durante a massagem, pode ser uma forma interessante da dupla cuidador/criança usufruírem também dos benefícios psicoemocionais dos óleos essenciais e criar memórias olfativas importantes de segurança, aconchego e bem estar. Essas memórias, com toda certeza, serão significativas emocionalmente.

            Para realizar essas massagens damos a dica do uso do nosso óleo vegetal de semente de uva. Você pode diluir uma gota de óleo essencial de lavanda (Lavandula angustifolia) ou de laranja doce (Citrus aurantium) em uma quantidade de 15ml de óleo de semente de uva para aplicar na pele da criança utilizando movimentos leves e ternos. Uma forma interessante de interagir com crianças acima de três anos é convidá-las para trocarem massagens, isso irá ensiná-las a também desenvolver seu potencial de oferecer cuidado e afeto para outras pessoas. Transforme esse momento em um ritual familiar, coloque uma música suave, prepare o ambiente sem muitos estímulos e aproveitem!

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